Faceta (ao centro) é o criador do corpse paint |
Coloco em segundo plano o tutano musical do Black Metal.
Sou desprovido de conhecimento suficiente para delimita-lo. Meu interesse é a apresentação visual dos cultores do estilo. Nosso foco é o Corpse Paint, pintura
facial utilizada pelos músicos do gênero. Consiste em maquiar o rosto e deixar a fisionomia com o aspecto de um cadáver. As cores são o preto e o branco. Per Yngve Ohlin, vocalista da banda norueguesa Mayhem, é o pioneiro na
utilização do Corpse Paint em shows.
Constantino Leite Moisakis (1925-1986). Apresentado formalmente ninguém saberá quem é o distinto senhor. Posso dar uma pista. A voz dele pode ser ouvida na música "A cidade", de Chico Science & Nação Zumbi. Lembrou? Sim. Trata-se do nome de batismo do "Velho Faceta". Personagem da cultura popular nordestina. O "Velho" foi o grande difusor do folguedo chamado Pastoril Profano. Vertente transgressora do Pastoril Infatil ou Lapinha. Este último homenageava a Imaculada Conceição, Menino Jesus e grande elenco. O Pastoril Profano - também chamado de Pastoril de Ponta-de-Rua e outras titulações menos enobrecedoras - conforme o nome, tem inspiração na Lapinha, mas adiciona o sexo e a zombaria. Ressalva, Faceta é o mais conhecido brincante do Pastoril. Deixamos de lado os outros adeptos dessa manifestação. Mesmo assim, a contribuição dos anônimos é importantíssima para o universo pastoril-profanesco.
O sexo é essencial para a vida na Terra. Para prolongar a vitalidade dos seres e dar leveza à existência. É impossível existir praticando somente aquele pecado que o Papa condena e provoca espinhas. A Igreja do Vaticano não percebeu (e nem percebe) isso. O ato de fornicar é para perpetuar a existência do homem e da mulher, e só. A turma do Pastoril Profano, sabia o quanto essa ideia é falsa. E tratou de "ressignificar" a Lapinha. O Pastoril de Jornadas Soltas era um convite à iniciação sexual dos jovens. Onde o sexo está presente, o escárnio tá pertinho. Uma das atribuições desse festejo, além do contraponto a Lapinha, é zombar dos apreciadores da brincadeira.
Toda forma de arte, tem sua caracterização (roupa, maquiagem, gestos). O Velho Faceta alegremente deu sua contribuição à fúria do Black Metal. Sr. Moisakis é o precursor do Corpse Paint. Os metaleiros europeus notaram a originalidade e o imitaram. As cores preto e branco estampavam o rosto de "Seu Faceta", e amendrontavam a caretice da Igreja de Roma. O Black Metal deve inúmeras homenagens ao sr. Moisakis. Nunca ouvi uma música do Burzum, Mayhem a louvar o ilustre nordestino. A cultura nordestina e o Velho Faceta foram injustiçados pelo Black Metal.
O sexo é essencial para a vida na Terra. Para prolongar a vitalidade dos seres e dar leveza à existência. É impossível existir praticando somente aquele pecado que o Papa condena e provoca espinhas. A Igreja do Vaticano não percebeu (e nem percebe) isso. O ato de fornicar é para perpetuar a existência do homem e da mulher, e só. A turma do Pastoril Profano, sabia o quanto essa ideia é falsa. E tratou de "ressignificar" a Lapinha. O Pastoril de Jornadas Soltas era um convite à iniciação sexual dos jovens. Onde o sexo está presente, o escárnio tá pertinho. Uma das atribuições desse festejo, além do contraponto a Lapinha, é zombar dos apreciadores da brincadeira.
Toda forma de arte, tem sua caracterização (roupa, maquiagem, gestos). O Velho Faceta alegremente deu sua contribuição à fúria do Black Metal. Sr. Moisakis é o precursor do Corpse Paint. Os metaleiros europeus notaram a originalidade e o imitaram. As cores preto e branco estampavam o rosto de "Seu Faceta", e amendrontavam a caretice da Igreja de Roma. O Black Metal deve inúmeras homenagens ao sr. Moisakis. Nunca ouvi uma música do Burzum, Mayhem a louvar o ilustre nordestino. A cultura nordestina e o Velho Faceta foram injustiçados pelo Black Metal.
De Black Metal, como havia dito no Twitter, conheço apenas a banda Immortal, cujos integrantes se maquiavam exatamente como você descreveu.
ResponderExcluirE de Nação Zumbi, bem, durante uma época era presença certa em meu MP4. Vi dois showzaços aqui em minha cidade. Du Peixe não é Chico e nem quer sê-lo. Isso é bom.
Quanto à história do Velho Faceta, realmente que é uma injustiça os campos nordestinos serem esquecidos pelos habitantes dos gélidos vales nórdicos.
Abraço.
Sérgio,
ResponderExcluirTexto muito interessante. Gostei principalmente do trecho que mostra a impossibilidade do sexo apenas na ação provocadora de "erupções cutâneas na face".
Penso que o rock internacional deve ser alvo de uma ação judicial que requisite os direitos autorais do corpse paint para o Velho Faceta.
Mas vou avisar: deve demorar uns dois mil anos para a ação ser julgada definitivamente. É melhor a gente divulgar esse post pela rede. Tem mais eficiência.
Parabéns pelo texto!